domingo, 21 de abril de 2019

Ritos e mitos da umbanda


SOBRE UMBANDA E SEUS MITOS, RITOS... existe várias formas de execução do que se chama umbandas e justamente por isso, precisamos compreender o que é cada uma delas, afim de que consigamos compreender o que é a GENUINA UMBANDA.

UMBANDA DE CABOCLO/UMBANDOMBLÉ/CANDOMBLÉ - Os escravos, o homem negro africano de origem, que veio no porão de navio, achando que teria vida fácil, chegando do Brasil, deparou-se com a situação em que ele seria subjugado pelo homem branco. Lá na África o escravo já cultuava os orixás, que são forças da natureza...Eu acredito que esse culto vem desde que o homem era irracional, que vivia nas cavernas, pois ele não tinha como compreender um trovão, uma chuva, o fogo, o vento...e então em começou a dar nome as coisas, ou os nomes foram chegando na mente do HOMEM BRUTO, da origem da vida inteligente na terra, através de inspiração astral, de outros povos, de outros mundos...O termo UMBANDA sempre existiu no astral...UMBANDA, escrevendo da forma correta é AUN BHAN DAN que significa UM/ÚNICO BANDA/PARTE/CONJUNTO LEI então seria em uma tradução mais próximas, CONJUNTO DAS LEIS DE DEUS.

Bom, tanto o africano escravo quanto o índio que vivia livre no Brasil, ficaram sob submissão do homem branco, europeu, isso lá em 1500 (sendo importante comentar, para fins históricos, que é provável que o negro africano já era escravizado em outras culturas da europa e até da própria Ásia, pois dava-se já de algum tempo, o DECLÍNIO da raça negra, que tinha vivido seu apogeu desde 15.000 a.C..

Ocorre que os africanos trouxeram consigo os cultos, os ritos, a adoração aso orixás, e lá na África esses africanos tinham em seus chefes de tribo, o que hoje temos como sendo PAIS DE SANTO DE TERREIRO ou seja, a pessoa que é a que mais se aproxima das entidades.

Porém, esses PAIS DE SANTO DE TERREIRO africano (tem um nome correto, mas não vou falar agora) não ensinava aos demais como fazer isso, como manter esse contato direto, ainda sabendo que todos eram médiuns, desde que o mundo é mundo, desde que o povo é povo..

Esses PAIS DE SANTO DE TERREIRO, era quem bebia da cultura direta, oral, dos povos mais antigos, sobre o culto aos orixás...e eles davam passividade a forma manifestativa desses orixás, porém devemos saber que orixá não incorpora, pois orixá não teve forma humana, nunca viveu, orixá é força da natureza, e nenhuma força da natureza pode compor afeições humanas...

Então, podemos concluir que os orixás que incorporavam, eram os médiuns que eram pais de santo de terreio, a muito tempo, e que desencarnaram, e que ainda sim, ficaram se manifestando, para poder dar informação ao povo..

Só que o povo que não conseguia entender isso, compreendia então que aquilo era a força da natureza se manifestando...

Bom, ai esse escravo vem aqui para a AMERICA DO SUL, especificamente no BRASIL e traz consigo aquilo que ele carrega como historia e lembrança sobre o CULTO AOS ORIXAS..Porém, a dominação europeia (Portugal, Espanha, França) incutiu os ritos do catolicismo, que já era uma religião dominante, dentre os escravos, numa espécie de necessidade de conversão..e os escravos que não se convertiam, não aceitavam ter que deixar de lado o seu fundamento de teologia que veio lá da mãe África, acabava morrendo ... os que decidiram pela vida, tomaram para sí,  adaptação dos ritos da igreja católica (inclusive adoração aos santos), fazendo então um SINCRETISMO com a religião africana de raiz.

Então (um exemplo), se na história do orixá OGUM, contavam que ele era forte e guerreiro, e que tinha um cavalo branco, e que venceu a maldade em forma de animal, o escravo fez o sincretismo (pegou emprestado) a imagem de JORGE, da CAPADÓCIA, que era um guerreiro, defensor da fé cristã, líder dos templários, etc...e foi assim também com outros santos...sempre existindo o sincretismo/adaptação para estes fins. Então, sobre a história, existe o mito, sobre o mito, existe a ANTROPOMORFOTIZAÇÃO da imagem, ou seja...o HOMEM, desde que o mundo é mundo, coloca, tem por necessidade, fixar uma imagem que lhe é particular/peculiar, afim de dar vazão ao que ele compreendeu...

Uma AN-TRO-PO-MOR-FO-TI-ZA-ÇÃO que fazemos ou fizemos, é coelho da pascoa, pois sabemos que coelho não coloca ovo de chocolate, mas..fixamos essa imagem na mente, enquanto somos infantis pela compreensão.

Bom, seguindo adiante, já com a “liberdade” de promover seus ritos (através do uso dos ritos que ele pegou emprestado do catolicismo) o africano deu continuidade a sua adoração, tendo inclusive manifestações de incorporação, do que eles acreditavam que eram os orixás...So que, OBSERVE, se la na africa já não era o orixá (força da natureza) é claro que aqui também não seria, e sim, ERAM OS PAIS DE SANTO CHEFE DE TERREIRO que morreram la na africa, e vinham então em forma de espirito, incorporando, para dar continuidade ao estimulo do rito, como já era feito anteriormente.

Confuso? Sim, sim...mas, vamos continuar estudando...

Quando eu falo PAI DE SANTO CHEFE DE TERREIRO, na verdade, quero dizer que eram senhores de muito conhecimento, e que eram tutores em suas tribos, do qual todo mundo se dirigia afim de tomar informação, pois na raiz africa, é assim que funciona..igualmente nas tribos de índio, onde um cacique é quem orienta o resto da tribo, pois é ele quem tem mais experiência...

Bom, então esses escravos aqui começaram ou deram continuidade ao seus ritos, já pelo sincretismo.

Muitos, mas muitos mesmo, escravos desencarnaram aqui no Brasil, só na nossa região, pela cultura do café, estima-se em mais de 25 mil escravos, dos quais podem ter morrido no campo, onde hoje é o QUINTINO FACCI e sua região, SIMIONE, AVELINO PALMA e outras áreas, onde hoje constam condomínios de luxo e porte, aqui em RIBERÃO, assim como em BONFIM PAULISTA, porque isso era tudo mato, depois foi tudo café, agora é quase tudo cana de açúcar...mas, tudo isso foi gerado em cultivo, pelos escravos, e isso é história, isso é FATO, não se pode contestar.

Bom, esses escravos que desencarnaram no Brasil, ficaram por aqui mesmo, criando colônias espirituais...mas, passa um tempo, e vem a ABOLIÇÃO. Quando da ABOLIÇÃO, muitos escravos já velhos, sem ter onde ir (pois enquanto escravos eles tinham o que beber e comer, quando o senhor da casa servia), acabaram se juntando com os índios, que já era “livres” e fundiram-se em cultura, dando origem ao que se chamou UMBANDA DE CABOCLOS, pois o conhecimento daquele escravo mais velho, o que sobreviveu, o que manteve em sua mente a ideia do rito original, GANHOU A PARTIR DESSE MOMENTO a fusão da PAJELANÇA, que é o rito de cura dos índios, rito também de EVOCAÇÃO de antepassados...enfim.

Devo dizer que o escravo (o negro, africano) não cultua o rito de manifesto de espíritos de entes queridos falecidos e nem defendia essa pratica (pois eles acreditavam que era uma espécie de maldição), mas..aceitavam o rito de manifesto dos orixás...Porém, em seus ritos de evocação, ERAM OS ESPIRITOS DOS PAIS DE SANTO CHEFE DE TERREIRO que morreram la na africa, que se manifestavam, porém como NÃO ERA CONCEBÍVEL ao escravo ou ao africano ACEITAR ISSO, esses PAIS DE SANTO se manifestavam dizendo “...acredite em mim, eu sou o orixá tal..” e o escravo acreditava, pois la na africa, isso já ocorria...ou seja, não era o orixá (força da natureza) que se manifestava, mas sim os antepassados, que deram origem ao rito, ao culto, que incorporavam nos médiuns, que estavam por sua vez, no papel de PAIS DE SANTO CHEFE DE TERREIRO das tribos.

Bom, na junção da cultura dos escravos com a cultura dos índios, surge a UMBANDA DE CABOCLO, que era manifestativa no sentido não só da cura, mas da consulta e guia, como eram junto aos índios.

Ocorre que é passível de ser fato, de que aquele escravo que desencarnou aqui nesta terra, em surgimento e criação de suas colônias, passaram também a atender aos anseios e pedidos de invocação dos demais que estavam aqui pela terra, vivos ainda, mas...remanescentes dos escravos.

Sem controle ou sem estudo, sem conhecimento, sem compreensão, essas manifestações de incorporação, tendo sua forte influência regional, pela distribuição do núcleo escravo, surge o CANDOMBLÉ, que simula o culto dos ritos do orixás (lembrando, não é o orixá que incorpora), aos anseios e temáticas oriundas das próprias personalidades dos espíritos manifestantes (que eram os escravos, por sua vez), sendo que o manifesto, ainda que grandioso e sua beleza, era singelo em sua eficácia, sendo muitas vezes propício, pela própria consciência do espirito manifestante, a violência do termo vingança ou da paga da AÇÃO/REAÇÃO, mas isso é apenas um comentário da minha parte, sem fonte de pesquisa.

Por isso que até hoje o CANDOMBLÉ em seus ritos, são mais ao estimulo da origem africana, ainda que se tenha surgido no Brasil como a própria UMBANDA, mas mantém também a temática da REAÇÃO, como resposta a AÇÃO ANTERIOR, subjugando então, o fundamento FILORELIGIOSO, a pratica de exercícios vis, algo que possamos dizer como sendo o mal propriamente dito, pois o escravo PERMANECIA em seu inconsciente, a necessidade da cobrança da PAGA, junto ao homem branco, que o extirpou pela força do ferro.

Lembrem-se ORIXA NÃO INCORPORA, POIS ORIXÁ NÃO POSSUI E JAMAIS POSSUIU FORMA HUMANA CARACTERISTICA E PERISPIRÍTICA, que lhe de essa condição.. se o orixá se manifestar, puramente, no médium, o médium desencarna.

O que se manifesta é o PREPOSTO da ideia, da origem, da força, sem que seja a força de fato, o que se manifesta são espíritos de antepassados do próprio homem, que deram inicio a esse culto...

Continuando, em não se encontrando rigor em suas manifestações, muitas de outras culturas que eram originarias do continente africano, encontraram por aqui uma legião de médiuns que eram permissivos em suas manifestações, sendo estas culturas semelhantes ao Vodú e outras tantas, dos quais  deturpação do homem fez com que terminasse o brilho do manifesto religioso, de culto, de adoração.

Com isso, e sem que consigamos manter uma LINHA DO TEMPO precisa, afim de acompanhar cada tempo de cada manifesto e surgimento de corrente ou doutrina, chegamos a UMBANDA TRAÇADA ou de raiz, mais característica as formações milenares de cultos “violentos” a pessoa do médium.

E isso segue, durante significativo tempo, até inclusive, encontrando maiores veículos de comunicação (médiuns) quando do inicio da historia do Kardecismo aqui no Brasil, que deve soar mais ou menos no ano de 1870...1890...

O kardecismo e sua filosofia, crescia de forma expoente, sendo que apenas aqui no Brasil o espiritismo kardecista se funde com termo de religião, em outras culturas (países) ele é OU CIENCIA (âmbito de pesquisa, estabelecer conhecimento sobre algo..) ou é FILOSOFIA...

A mediunidade (característica inerente ao homem, espirito) é o veiculo de comunicação de diversas naturezas e para diversos fins.

Já em 1908..vem então a organização da UMBANDA, deixando claro que as manifestações anteriores, escapavam do que poderia ou deveria ser o ORIGINARIO DA UMBANDA propriamente dita.

Muitos médiuns em CE kardecistas, mas..acredito que muitas entidades das outras bandas de umbanda (as que já foram narradas acima) se manifestando dentro dos CE´s kardecistas, dando sugestão sempre dos casos agudos da obsessão, pois os remanescentes do senhores do engenho, eram agora médiuns ou simpatizantes do kardecismo e sua cultura do perdão, mas os escravos desencarnados encontraram justamente no kardecismo, a disposição mediunica para que fosse comentada as situações da vingança, da obsessão, enfim...

Nada muito diferente do que vimos hoje em dia nas casas kardecistas em seus trabalhos de desobsessão.

O kardecismo não sabia sobre essas situações, pois bebia direto da fonte francesa da escola de Allan Kardec, que pouco ensina a respeito.

Lembremos que os manifestos nas outras formas de terreiro sempre continuava, sejam na UMBANDA DE CABOCLO, seja no CANCOMBLÉ, seja na umbanda pratica apelas de manifestação de EXU e seus derivados.

Um jovem, pouco mais de 17 anos, morador do RIO DE JANEIRO, depois de muitas mazelas do físico, foi sugerido pelo próprio médico da família a se dirigir a um centro kardecista no RIO DE JANEIRO, afim de que os trabalhos da casa conseguissem ajuda-lo.

Este jovem tinha o nome de ZÉLIO DE MORAIS. No seu ingresso a casa espirita kardecista, deu-se a certeza do médium ZÉLIO DE MORAIS, e em uma reunião, duas entidades se manifestaram por ele, sem que existisse controle dos demais colaboradores da casas: PRETO VELHO PAI ANTONIO e o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

Preto velho diz “...falta uma flor aqui..” e Zélio, incorporado, vai até o jardim e pega uma flor, colocando na mesa...Os trabalhadores do CE kardecista não aprovaram essa pratica, sugerindo que aquele preto velho, aquela entidade que se manifestava com dificuldade de dicção e no andar, não deveria estar ali, mas sim nas outras umbandas...

Imediatamente, em seguida, se manifesta o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS e diz “...se aqui nos não somos bem vindos, amanha, as 20hs eu vou dar inicio a outra religião, onde pretos velhos, caboclos, índios, crianças...poderão ter seu manifesto livremente..” e ai acabou a incorporação, e Zélio foi embora.

No outro dia, conforme descrito pelo CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, deu-se inicio a UMBANDA intermediaria, que é o manifesto religioso onde todas as outras entidades poderiam encontrar a sua vazão de manifesto, inclusive com enfoque de corrigir uma série de manifestações incorretas dos outros ritos da umbanda, que eram mais situados as nuances da paga...

Ali crianças, caboclos, pretos velhos, encontraram o meio seguro para seus propósitos.

Mas, ainda sim, existia uma separação evidente e grosseria, sobre as demais bandas da UMBANDA, sendo que isso não teria sido o suficiente para organizar os ritos e indicar os melhores caminhos a guias e trabalhadores.

Em meados de 1940, ai sim..atraves de W.W.MATTA E SILVA, uma entidade com nome de PAI GUINÉ (preto velho) se manifesta, dando vazão a mediunidade de MATTA E SILVA e deixando claro que iria então, através do que foi autorizado pelo astral superior, deixar informações relevantes sobre os ritos, corrigindo informações anteriores, mas...levando o conhecimento aos trabalhadores.

Chama-se essa umbanda de UMBANDA ESOTERICA.

As informações de PAI GUINÉ, através de MATTA E SILVA, organiza e propõe controle sobre os manifestos violentos das umbandas anteriores, explica o conceito de EXU (agende do caos) e pomba gira, explica o triangulo das formas (caboclo, criança e preto velho) e permite, sobre o rigor da regra estabelecida, a manifestação de uma legião de outras entidades, que são característicos ao inicio da população do pais, tais como ciganos, marinheiros, boiadeiros, sertanejos..todos sob o aspecto da GENUINA UMBANDA, o AUN BHAN DAN, o resgate do CONJUNTO DAS LEIS DE DEUS.

A desmistificação de exu e pomba gira, deixou claro que são entidades que possuem grande macula do próprio karma e frisa que só através da caridade que esse karma pode ser diminuído, extirpado..diferente daquelas manifestações vingativas, das outras umbandas até então.

A GENUINA UMBANDA é a que trata de explicar o Verbo (a lei) de forma com que todos os filhos de fé possam compreender, sem promover pelos seus meios e aptidões, além da correção da afinidade, os erros que eram cometidos originalmente pelas outras bandas...

Hoje existe toda uma necessidade do resgate destas informações, através da aplicação do rito da umbanda genuína.

Na nossa casa, nosso grupo, congregamos das ideias da UMBANDA ESOTERICA, oriundas de PAI GUINÉ através do médium W.W. MATTA E SILVA. Compreendemos, respeitamos e aceitamos por acordo da razão, a importância da escola de PAI ANTONIO e CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, atreves do medium ZÉLIO DE MORAIS.

Congregamos ainda da escola kardecista, através de suas informações relevantes a formação do veiculo mediúnico e sua instrução, sendo que encontramos características similares entre o kardecismo e a umbanda, partindo de princípios básicos como IMORTALIDADE DA ALMA, REENCARNAÇÃO, LEI DE CAUSA E EFEITO, MEDIUNIDADE, COMUNICAÇÃO DOS ESPIRITOS, que nada mais são do que almas dos seres que viveram encarnados nesse planeta, em outras épocas, e ainda..com a possibilidade de guias de outros mundos, outras linhas (como as linhas de cura dos índios nativos americanos Sioux ou Cherookee´s, os xamãs australianos, e os mestres da doutrina do oriente, sugeridos e pensados por Ramatis).




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