*REVISANDO O PERDÃO, CRENÇAS
LIMITANTES, MODO DE VIDA E AUTO SABOTAGEM* - Em todo o tempo, acho que desde
que o mundo é mundo, porém conveniente dizer que, desde quando o homem opera
com a razão (em seu desenvolvimento e evolução, a razão surge quando o
hominídeo já dominava as terras ou seja, a cerca de 40 mil anos, o que não é
muito, o homem passa a operar com a razão), o conceito de perdão, perdoarmos,
perdoarmo-nos, o conceito de que estabelecemos para nós, situações que nos
impõem limites, que implica por fim no nosso meio de vida, mas que em uma
espiral negativa, exerce o comportamento de vitimização e auto sabotagem.
SOBRE O PERDÃO, a exemplo, não se
trata apenas de ter a certeza que sabe o que é o real significado da palavra (e
olha que é amplo, heim...perdão pode ser tanta coisa, cada grupo ou aspecto
filosófico ou religioso, da a esta palavra um significado), mas de entender que
de fato esteja perdoando alguém ou algo em si, que seja por fim DEFINITIVO.
Em “João, 8:10”, encontramos no fácil
acesso o sentido do PERDÃO, pela ação de Jesus, o Cristo, diante da mulher
adultera. Deixando de lado os sentidos figurativos ou literários bíblicos (pois
senão teríamos que discutir sobre transgressão a lei e se de fato a mulher
existiu, e se existiu, ela viria ser Madalena, e se teria sido, se ela se casou
com Jesus e etc...), a tradução dos termos sugere que o “Ascendido” comenta que
“...ele não a poderia julgá-la, e nem ninguém a poderia julga-la pelos
eventuais erros ali apontados, POR ISSO e justamente por isso, a mulher estaria
naquele momento LIVRE, mas com a condição de que não mais se cometesse
pecados...”
Ora, se Jesus do alta sua
AUTORIDADE MORAL disse que “..não poderia julgá-la..” , estaria Jesus reconhecendo que também era
possuidor de erros que tinham ao fiel da balança, peso equivalente ao erro
daquela mulher?
Ainda do alto da sua condição,
quando ele diz “...TE LIBERTO, vá e não cometa mais pecados..”, Jesus estaria
se referindo a situação de que, o que eventualmente a mulher tenha cometido,
VEIO A OFENDER a própria pessoa de Jesus?
Pois aqui me vem o nó: SE O
SENTIDO DO PERDÃO É QUE EU ME LIBERTE DE OFENSAS, como posso PERDOAR (pelo
simples prazer da pratica) ALGO QUE NÃO TENHA SIDO uma ofensa de fato em minha
direção, destino? O versículo sugere mesmo um perdão? SE SIM, qual a ofensa que
a mulher teria cometido a Jesus, para que este viesse a perdoa-la? Se mesmo
Jesus disse (guardado a informação bíblica) que “..não poderia julgá-la, e nem
ninguém ali..”, nem Jesus poderia julgá-la?
Em sendo verdade a palavra de
“...atire a primeira pedra aquele que NUNCA PECOU...” e com isso ninguém atirou
pedra alguma, inclusive Jesus também tinha seus pecados, que o colocava na
condição dos demais?
Entenderam o nó?
Se este é o exemplo do PERDÃO,
antes precisaríamos saber mais sobre o que se trata AS OFENSAS.
Se tenho comigo pecados dos quais
exercito a situação do AUTO PERDÃO (constante, pois jamais estarei perdoado em
plenitude), aquele que me dirige a ofensa, do qual cometeu o ato que me tenha
feito ofendido, não estaria então “..me lembrando..” que eu tenha ainda um
comportamento do qual a palavra, ato ou gesto, tocou na ferida do que é o meu
ego e orgulho?
Se é cíclico, e se HOJE ME
PERDOO, e amanha eu preciso me perdoar novamente, qual o tamanho do perdão que
eu me AUTO PRATIQUEI ontem?
Se foi raso, vil, ao ponto de que
PRECISO permanecer em estado constante de vigília, e em auto proclamação do
PERDÃO (primeiro a mim, para depois aos outros), reconheço que cometo erros de
forma indiscriminada, e que me caem a consciência, que me vitimizam, e que POR
RECONHECE-LOS, preciso me perdoar?
Outro nó.
Permanecer nesse movimento
CÍCLICO, dá margem ao estabelecimento de CRENÇAS (no sentido de acreditar que)
LIMITANTES (que me limitam ir além do que eu estou e chegar próximo do que eu
quero)?
Se preciso me perdoar
constantemente, se preciso ter isso como hábito de vida, intimo, afim de que o
PERDÃO seja algo presente (pois, PERDÃO E OFENSA precisam andar juntos, pois
senão, não tem sentido existir um deles ali), se ME OFENDO quando o meu irmão do
lado vem a mim de forma arredia, ignorante as vezes, e me apequeno, permitindo
com que o ato ou gesto dele/dela me INCOMODE (me fazendo sentir-se OFENDIDO por
isso) e disso se faz um ciclo de vícios (eu preciso colocar sentido no perdão
que eu emito, inclusive na ofensa que voce não me fez, pois o mote é o perdão),
estou VICIOSAMENTE preso em uma CRENÇA LIMITANTE de que, enquanto não perdoar
todo mundo e enquanto eu não me perdoar, enquanto eu não deixar de responder as
OFENSAS (ou me sentir ofendido por nada) nada vai dar certo na minha vida?
Outro nó.
Se fiz disso um modo de vida, e
se entendo subjetivamente QUE PRECISO PERDOAR ou praticar o AUTO PERDÃO, afim
de que ao prazer pretendido quando alcanço a quem perdoar (ainda que seja minha
própria pessoa), estou no primeiro momento ME SABOTANDO para depois ficar feliz
pelo sentido do PERDÃO?
Outro nó.
LIMITO-ME de propósito
(vitimando-me muitas vezes), afim de que eu me apequene e me ofenda sempre,
para que eu possa “cristalizar” o perdão, para sentir o prazer na alma de ter
perdoado?
Se SIM, A PRÓPRIA CRENÇA
LIMITANTE que é a chave de todo sucesso e prosperidade, NÃO ABRE CADEADO algum,
não liberta nada, pois pode ser que, o sentido ideológico do algo a ser
LIBERTADO, precisa ser pautado nas premissas de que “..todo mundo tem um
problema, e os que não tem ainda não os reconheceu, e os que reconheceram e já
trataram, escondem outros problemas..” forma o CICLO onde, em redemoinho, vai
tomando tudo e todos que estão em volta.
Vamos pensar.
CRENÇAS LIMITANTES sempre
existiram, ou foi um corpo teorizado criado para dar margem aos gatilhos do
PERDÃO?