Reflexões...
*Existe de fato um DESPERTAR ESPIRITUAL ou tudo é a parte de
uma transição do qual passamos, já passamos ou passaremos um dia?* - Ora, cabível pensar antes qual era o estado
de letargia do qual o indivíduo se encontrava, para que então se comente que
enfim DESPERTOU-SE. Dizer que “..passou a ver a luz..” não significa que a luz
nunca esteve ali, porém que o individuo RECUSAVA-SE a compreende-la, até porque
creio ser impossível dizer que “..eu não a via..”. O nome disso seria RECUSA,
mesmo diante de fatos revelados e indiscutíveis. Se são revelados e
indiscutíveis, o que sobra (a recusa) é o orgulho e o egoísmo.
*A recusa não seria um exercício do livre arbítrio?* - Sim,
evidente pois nem todos precisam seguir um determinado caminho que lhe foi
apresentado ou proposto.
*Qual a importância da religião para o despertar
espiritual?* - Tomara que nenhuma, que seja NULA esta relação, porque são
coisas distintas, ainda que possam jamais serem excludentes e podem ate ser
complementares, mas não é a porta da religião que DESPERTA, porém o DESPERTAR
pode levar a religião (veja bem, PODE, mas não é regra), porque depende muito
de quais são os fatores que podem ser considerados como esse DESPERTAR afinal.
*Ouvi dizer que existe um curso, com um/uma coach famoso/a,
e que é ensinado o DESPERTAR ESPIRITUAL* - este curso não existe, se existir é
engodo, provável charlatanismo. Ninguém inicia ninguém, o que se pode fazer é
mostrar caminhos, e para que isso possa ser feito não é necessário cobrar, não
é mesmo? O coletivo porém, em BEM COMUM, pode proporcionar trocas de
experencias, afim de que se tenha ideia de exemplos ao semelhante, ao que lhe
foi rompido quando deste (re)início, mas ninguém tem o PODER ou o DOM de pegar
na mão de outra pessoa e dizer “..vou te iniciar..” sem que a outra pessoa já
não tenha dentro dele o gérmem da auto-função em seu caminhar.
Este “gérmem” é
o que podemos chamar de CONDIÇÃO NATA, natural, naturalidade. Talvez pela falta
deste, encontramos tantos conflitos nas propostas de equilíbrio interpessoal.
Avolumam-se a casa dos milhares os indivíduos que por mais
que sejam seguidores e praticantes de seja la qual for a escola ou cátedra
ILUMINISTA ou fluídica, que não conseguem para sí (ao íntimo) o equilíbrio
pretendido na publicidade da ordem. É o yoga estressado, o Mestre Reykiano que
vive doente, o Médium obsediado, o Meditante que não suporta o trânsito das
cidades, e por ai vai...
*Mediunidade tem a ver com despertar espiritual?* - Não,
porque mediunismo e seu exercício pratico é uma ideia de compromisso
reencarnatório, compromisso este pautado por diversos fins dos quais escapam os
meios a pessoa do médium (pelo menos a maioria deles) do porque de suas
funções. Pode, entretanto, a mediunidade propor outros caminhos, não só no
campo das experimentações pessoais, como nas relações que fazem demonstrar uma
clareza de novas ideias e suas relações para com a sociedade modificada ou que
estará modificando-se. É no caso (opinião deste) o artifício da MEDIUNIDADE DE
ORIENTAÇÃO (ou doutrinação, como algumas casas e escolas gostam de dizer)
*Despertar espiritual é o total desapego as coisas e as
causas?* - Jamais e nem tão pouco é ou seria uma proposta de DESAPEGO MATERIAL,
até porque o que existe em nosso meio é para o nosso gozo ou benefício.
Precisamos nos ater com cuidado a teorias/linhas/pensamentos que visam um
“desapego as coisas do materialismo em prol de uma vida espiritualista desperta
e plena”, porque pode ser que exista aí um erro.
A HARMÔNICA das coisas, sugere
bom entendimento e vivencia do tudo ao todo, e não que se exclua isso para que
se tenha aquilo, sob risco de cometer pecado se assim não o for ou estar sendo
intransigente com uma Lei.
A lei é uma só, A DO AMOR. No decorrer deste caminho ou
compreensão, tudo nos é colocado a prova ou cedido a título de empréstimo. A
educação que passamos a ter de uma coisa para com a outra é que nos leva a
forma COESA do bom uso do que nos é de recurso.
Riqueza nunca é e nem será ANTITESE de felicidade
espiritual, e nem a pobreza será a prova de elevação do ser, desta forma APEGO
e DESAPEGO podem aparentar uma coisa, mas no fundo ser outras coisas mais
complexas.