*Porque não me curo? (texto para
reflexão)* - muitas vezes ficamos presos na RODA DA VIDA, vinculados na
mecânica da DOR do qual deveria ela, nos ensinar algo (lição, ajuste,
progressão), sem considerar que, por mais conveniente que teria sido o remédio proposto,
fico (eu, você, todos nós) me perguntando o porque do motivo da doença.
Se encontro o motivo, quero a
razão. Quando encontro a razão, digo que ela não me conforta, afinal é muitas
vezes fora da minha compreensão os fatos e atos dos quais eu passo, grito alto
dizendo que não faz mais sentido tropeçar em tantas pedras, já que eu sei muito
bem caminhar e tenho bons olhos para ver a estrada em toda sua largura e
extensão.
Ocorre, porém, que ficamos
pensando, parados no tempo (e o tempo não para) no “porque das coisas”
passadas, sem considerar que o correto poderia ser “o porque devo enfrentar as
coisas futuras”. Este estado ESTACIONÁRIO, não faz bem a ninguém, mas acima de
tudo, continua sendo parte minha de que, parei para pensar na dor, ao invés de
optar por esforçar-me para caminhar PARA O MAIS LONGE POSSÍVEL, daquilo que me
causou contrariedade emocional.
Dizia SÊNECA, que “faz parte da
cura o desejo de ser curado”. Ora, entretanto, desejar algo e fazer com que
esse algo ocorra, são duas coisas completamente distintas. Quero então, uma
cura de fato ou quero então ficar pensando no que motivou a doença? Se fosse do
ponto de vista físico, nós não teríamos dimensão de entender o que são as
alterações biológicas que tomam conta e promovem transformações no nosso
físico, mas TEIMAMOS (e como somos teimosos) em pausar para entender (como se
sempre isso fosse possível) as transformações que são oriundas da alma.
Acreditem, não é flertando com a dor que entenderemos o processo de cura. Mas é
em busca da cura que entenderemos aquilo que nos causa/causava dor.
O corpo responde, sempre. Todo
processo SOMÁTICO equivale a reclamação NO FÍSICO, daquilo que nos ocorre na
alma. Excetuando as comparações com o AMOR, gosto de repetir o que ANDRÉ LUIZ
nos ensina em seu empréstimo literário, de que devemos TOMAR CUIDAR COM AS
PAIXÕES. Evidente já termos em mente, de que quando ele sugere sobre as
paixões, ele pouco ou quase nada faz referencia as RELAÇÕES HUMANAS no sentido
da fraternidade amorosa. Comenta ele, ao meu ver, que ele se refere a TODAS AS
PAIXÕES que podem dar sugestão a tudo o que é apego.
Desta forma, não é difícil
pensar, que tem sim entre nós (se é que não somos nós) APAIXONADOS PELA DOR QUE
SENTIMOS, ficando nós intimamente interligados com os motivos que podem
alimentar meu desespero. Se me desespero, chamo atenção. Se chamo atenção,
promovo a discussão da dor. Mas, a discussão vai me levar a resolve-la? Se SIM,
caminho sem volta, livro-me do que me incomoda. Se NÃO, de que adianta rugir ou
chorar? A dor estará lá.
Nos “finalmentes”, permanecer na
DOR ou LIBERTAR-ME dela, é condição que só eu posso aplicar, até porque sou
dotado de LIVRE ARBÍTRIO, e por mais que se tenha justificativas (os meios),
não faz sentido promover autoflagelo (os fins), só porque não consegui entender
de fato o que é que me provocou.
Se eu ficar discutindo porque
diabos no caule da roseira tem espinho, deixo de ser previdente quando a
colhe-la, e me firo. Ferido, reclamo que do espinho, sendo que a dor que ele
causou, É JUSTAMENTE pela minha falta de previdência (as vezes) mas acima de
tudo para me ensinar que, COM A DOR, preciso me cuidar adiante.
Nem a própria flor ou o seu odor,
poderiam (podem, de fato) ser contemplados, SE AINDA TENHO UMA DOR COMIGO.
Pensemos.
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