terça-feira, 14 de abril de 2020

PORQUE NÃO ME CURO ?





*Porque não me curo? (texto para reflexão)* - muitas vezes ficamos presos na RODA DA VIDA, vinculados na mecânica da DOR do qual deveria ela, nos ensinar algo (lição, ajuste, progressão), sem considerar que, por mais conveniente que teria sido o remédio proposto, fico (eu, você, todos nós) me perguntando o porque do motivo da doença.

Se encontro o motivo, quero a razão. Quando encontro a razão, digo que ela não me conforta, afinal é muitas vezes fora da minha compreensão os fatos e atos dos quais eu passo, grito alto dizendo que não faz mais sentido tropeçar em tantas pedras, já que eu sei muito bem caminhar e tenho bons olhos para ver a estrada em toda sua largura e extensão.

Ocorre, porém, que ficamos pensando, parados no tempo (e o tempo não para) no “porque das coisas” passadas, sem considerar que o correto poderia ser “o porque devo enfrentar as coisas futuras”. Este estado ESTACIONÁRIO, não faz bem a ninguém, mas acima de tudo, continua sendo parte minha de que, parei para pensar na dor, ao invés de optar por esforçar-me para caminhar PARA O MAIS LONGE POSSÍVEL, daquilo que me causou contrariedade emocional.

Dizia SÊNECA, que “faz parte da cura o desejo de ser curado”. Ora, entretanto, desejar algo e fazer com que esse algo ocorra, são duas coisas completamente distintas. Quero então, uma cura de fato ou quero então ficar pensando no que motivou a doença? Se fosse do ponto de vista físico, nós não teríamos dimensão de entender o que são as alterações biológicas que tomam conta e promovem transformações no nosso físico, mas TEIMAMOS (e como somos teimosos) em pausar para entender (como se sempre isso fosse possível) as transformações que são oriundas da alma. Acreditem, não é flertando com a dor que entenderemos o processo de cura. Mas é em busca da cura que entenderemos aquilo que nos causa/causava dor.

O corpo responde, sempre. Todo processo SOMÁTICO equivale a reclamação NO FÍSICO, daquilo que nos ocorre na alma. Excetuando as comparações com o AMOR, gosto de repetir o que ANDRÉ LUIZ nos ensina em seu empréstimo literário, de que devemos TOMAR CUIDAR COM AS PAIXÕES. Evidente já termos em mente, de que quando ele sugere sobre as paixões, ele pouco ou quase nada faz referencia as RELAÇÕES HUMANAS no sentido da fraternidade amorosa. Comenta ele, ao meu ver, que ele se refere a TODAS AS PAIXÕES que podem dar sugestão a tudo o que é apego.

Desta forma, não é difícil pensar, que tem sim entre nós (se é que não somos nós) APAIXONADOS PELA DOR QUE SENTIMOS, ficando nós intimamente interligados com os motivos que podem alimentar meu desespero. Se me desespero, chamo atenção. Se chamo atenção, promovo a discussão da dor. Mas, a discussão vai me levar a resolve-la? Se SIM, caminho sem volta, livro-me do que me incomoda. Se NÃO, de que adianta rugir ou chorar? A dor estará lá.

Nos “finalmentes”, permanecer na DOR ou LIBERTAR-ME dela, é condição que só eu posso aplicar, até porque sou dotado de LIVRE ARBÍTRIO, e por mais que se tenha justificativas (os meios), não faz sentido promover autoflagelo (os fins), só porque não consegui entender de fato o que é que me provocou.

Se eu ficar discutindo porque diabos no caule da roseira tem espinho, deixo de ser previdente quando a colhe-la, e me firo. Ferido, reclamo que do espinho, sendo que a dor que ele causou, É JUSTAMENTE pela minha falta de previdência (as vezes) mas acima de tudo para me ensinar que, COM A DOR, preciso me cuidar adiante.

Nem a própria flor ou o seu odor, poderiam (podem, de fato) ser contemplados, SE AINDA TENHO UMA DOR COMIGO.

Pensemos.




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