PARTE IV – SURGIMENTO DOS PRIMEIRO MANIFESTO DE UMBANDA
Precisamos ter em mente que,
historicamente, muitos índios também foram tomados como escravos, a medida que
o homem branco europeu avança sobre suas terras. O índio vivia em plena paz com
a natureza, com seus povos, assim como era o povo primitivo africano. Muito
índio forte, guerreiro de tribo, foi tomado como escravo, ou seja..neste
momento (histórico) começa a FUNDIR duas ideia de ritos: o culto aos orixás,
primitivo e fecundado na africa mãe, e o culto a natureza, a ritos de cura, de
oferenda e agradecimento, que eram cultuados pelos índios aqui em terras
brasileiras.
Segue o rumo, passa o tempo,
muitos dos escravos velhos, que já não trabalhavam, eram incapazes do trabalho
pesado, para que não ficassem influenciando os jovens, foram libertados,
expulsos das senzalas..e em não tendo lugares a ir, foram muitos desses, se
juntar com os chefes de tribos indígenas, os xamãs, conhecedores das leis e das
forças da natureza, e foi onde parte desses senhores negros, ex escravos, já
bastante velhos em suas idades, foram encontrar espaço para a retomada de suas
ritualísticas. Começa ai o que pode ser chamado de MANIFESTO DE CABOCLO, rito
de caboclo. Eram ritos de orientação, de cura, completamente incorporativos,
muitos intuitivos, dos quais uma legião de irmãos desencanados encontraram
espaço para as primeiras manifestações, que repito, eram INCORPORAÇÕES
INTUITIVAS, com um grau de consciência enorme dos médiuns (índios ou escravos)
que ali praticavam o culto.
Já não eram feito em senzalas,
nem usava-se o sincretismo, pois o velho escravo estava liberto, então ele foi
adaptar seus manifestos, aos manifestos já praticados pelos índios.
Eram ritos de tratativas de
orientação tribal, fomentados e destinados a cura, seguimento e necessidade de
manutenção da origem religiosa, mas ainda não era a UMBANDA como hoje
conhecemos.
Em alguns estudos, dão o nome de
RITO DE OMULU, RITO DE NAGÔ, RITO DE CONGAR (povo do Congo), RITO DE PAJÉ e
vários outros nomes..tentando deixar claro no nome, de onde era a origem do
povo que se manifestava, bem como de quem os cultuava, pois os escravos eram de
varias partes da africa, de varias tribos, e cada rito “ganhou” o nome de seu
povo.. mas isso com o tempo, pelo menos aqui no Brasil, deixou de existir..
Nenhum comentário:
Postar um comentário