PARTE III – RITOS ADAPTADOS PELOS ESCRAVOS AQUI EM TERRAS BRASILEIRAS
Vamos lembrar que o Brasil foi um
dos países que mais receberam escravos, vindos dos povos tribais da africa ou
seja, dos povos que lá na africa, já cultuavam eus aspectos religiosos..desde o
ano de 1500 o Brasil começou a receber esses povos, para trabalharem, mas eles
só foram escravizados de fato, aqui...sairam de lá com uma promessa, e só viram
que eram escravos, quando cheagram aqui, pela dominação do homem branco europeu
(o português, o espanhol).
Lá na África, nas tribos, ficaram
as mulheres adultas, as extremamente novas, os velhos e as crianças masculinas
que eram incapazes a algum tipo de trabalho, o resto do povo, veio tudo para
cá, para o nosso continente..
O povo que ficou lá na Africa,
deu continuidade aos seus ritos, conforme eu já descrevi como eram, nos tópicos
anteriores, mas chegando aqui, até por imposição de outros povos (o homem
branco dominante europeu), o africano nato, de raiz, precisou se adaptar para
dar continuidade em seus ritos, inserindo em sua cultura primitiva, modelos do
que era o braço católico da época, sendo então começado a ser feito ai, o
SINCRETISMO ou seja..a adoção de imagens de santos católicos, como sendo dos
orixás e vice-versa, pois ou era isso, ou era a morte. Não haviam conversões de
fato de escravos ao catolicismo, pois eles continuavam cultivando seus ritos de
raiz, através e/ou escondido, pelos ritos que lhes foram ou eram impostos pelos
católicos, que era de total origem europeia.
Sobre o sincretismo e uso de
imagens, acho que não é preciso explicar, porque fazemos isso de forma
automática, exemplo...OGUM/SÃO JORGE, etc...e assim por diante.
Lembra que eu escrevi que ORIXÁ
NÃO INCORPORA? Nos ritos, nas evocações, quem incorporava, intuía, se
manifestava, eram os (como chamamos hoje) pais de santo, chefes e orientadores
antigos das tribos, que deram origem e inicio ao culto e compreensão dos
orixás..e que desencarnaram lá na Africa, não vieram para cá como escravos,
mas..o escravo primitivo que veio trazido lá da sua tribo, o acesso que ele
tinha ao rito dos orixás, eram através desses “pais de santo” (to adaptando o
nome para ficar de fácil entendimento), então em atendimento a suas evocações,
aos ritos, rezas e pajelança aqui aplicados (já com o sincretismo), eram então
atendidos por esses indivíduos que já estavam desencarnados, mas que
continuavam orientando, intuindo o seu povo, mesmo sendo agora em outro
continente.
O candomblé de raiz africana,
continuou então sendo praticado aqui nessas terras, com o uso do sincretismo,
de forma oculta, velada, reservada a poucos escravos primitivos, dos quais com
o envelhecimento, passaram a ser orientadores dos demais escravos que vieram
para cá. Cada ancião que desencarnava (aqui ou lá na Africa) adotava a postura,
o lugar de manifestação como ENTIDADE DE ORIENTAÇÃO.
Como nos ritos originários no
continente africano, o negro que era agora escravo, só podia ter acesso aos
ritos de orixás através dos médiuns que cultuavam originalmente os ritos lá,
eles passaram a receber estas manifestações/orientações aqui, como se fossem
orixás verdadeiros (ou seja, como se fossem a PROPRIA FORÇA DA NATUREZA SE
MANIFESTANDO EM UM MÉDIUM), sem que tivessem critério ou orientação, para lhes
explicar isso.
Orixá não incorpora, quem
incorpora são os espíritos dos chefes de tribos primitivas, que devem ter mais
de 20 mil anos, que tiveram acesso direto a origem dos tempos, que receberam
orientações de outros mestres tribais, e nas suas incorporações, eles vem
representando cada uma dessas divindades, mas sem que de fato, seja o orixá ali
incorporado, e sim apenas uma representação.
Assim como não existe
incorporação de Lucifer por exemplo (ele é um espirito de elevada grandeza, não
existe médium que possa dispor de veículo físico para esta incorporação) ou do
próprio Jesus/Yehusa, pelos memos motivos) não poderia a representação das
forças da natureza tomar condição de forma humana, e se manifestar em um
médium, em qualquer médium que seja.. As orientações eram puramente intuitivas,
e passadas de palavra em palavra, de povo em povo, nada escrito...tudo através
de forma oral...
Era assim lá, ficou sendo assim
por aqui...eram estes os ritos adaptados pelos africanos, aqui em terras
brasileiras.
Proxima parte, vou falar da
UMBANDA.
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